No dia 11 de maio de 2023 o disco Fear of The Dark do Iron Maiden completou 31 anos de seu lançamento. No ano passado, quando ele comemorou 30 anos, eu fiz um vídeo rapidinho lá no canal do Youtube , mas não tinha publicado nada no blog. Fear of the Dark foi um disco importante para mim. Lembrando que eu estava com meus 15 anos de idade quando ele foi lançado e estava começando a minha caminhada no mundo do rock. O legal é que foi o primeiro disco do Iron Maiden que eu realmente pude acompanhar o lançamento e ver toda a comoção criada por um novo disco do Iron Maiden. E isso foi bem interessante.
Hoje, Fear of The Dark é um clássico na discografia da banda. Mas, o grupo enfrentou as mesmas críticas na época que enfrenta hoje. O Iron Maiden estava vindo de um álbum que não agradou muito aos fãs. O disco No Prayer for the Dying havia sido lançado em 1990 e não foi um sucesso de crítica. As músicas não tinham a criatividade que estavamos acostumados e o próprio Bruce Dickinson não cantou de uma forma muito técnica. Ele simplesmente chegou lá e rasgou o vocal (talvez já sentindo os efeitos de problemas que o levaram a sair da banda). Então, um novo álbum poderia fazer a banda voltar ao topo. Porém, Fear of the Dark começou um processo de modernização do som da banda que dura até hoje. Vejo muitos críticos atuais da banda dizendo que eles não são mais aquele grupo que chegou ao estrelato na década de 80, que a música que eles produzem passou por um processo de modernização e que nem todos os fãs gostam disso. Isso é verdade. A sonoridade da banda mudou e isso começou nesse Fear of the Dark.
Uma música como Be Quick or Be Dead nunca estaria em um disco anterior do grupo. Ela é muito rápida e muito rasgada. Outra característica do disco é que ele foi o primeiro álbum duplo da banda (pelo menos no lançamento em vinil ele era um disco duplo). Até aquele momento esse era o disco mais longo que o Iron Maiden já havia produzido com 58 minutos e 37 segundos de música. Outra característica que foi polêmica na época diz respeito a capa que, pela primeira vez, não era desenhada por Derek Riggs. O argumento utilizado na época é que eles queriam atualizar o mascote da banda para os anos 90. A capa ficou legal, mas na cabeça do fã da época aquele não era o Eddie de verdade. Por fim, esse foi o primeiro disco onde Stevie Harris participou da produção e foi o último em que o produtor Martin Birch participou antes de sua aposentadoria. Já falei várias vezes que não sou fã de Harris como produtor, e esse é um dos principais motivos da mudança das características do som da banda desde esse disco.
Fear of the Dark é o primeiro disco do Iron Maiden que sofre de um problema que afeta todos os álbuns da banda desde o começo da década de 90. Ele é muito longo, ou como diriam os críticos, tem muita gordura. Ótimas músicas junto com outras composições não muito interessantes. O álbum ficaria perfeito com 9 ou 10 músicas. Mas, não podemos negar que o disco foi responsável por uma grande turnê e também por aumentar muito o interesse dos fãs na banda. Talvez as mudanças tenham surtido efeito e atraído novos fãs e a gente que é fã mais antigo é que tenha torcido um pouco o nariz.
Embora a música Be Quick or Be Dead não seja uma típica música do Iron Maiden, ela é muito boa, e gerou um vídeo clipe muito bacana. Outros destaques do álbum são From Here to Eternity (com muito mais cara de música do Iron Maiden), Wasting Love (a primeira balada composta pela banda), Judas Be My Guide (por mais estranho que pareça é a música que mais gosto do disco) e a música título Fear of the Dark com letra e ritmo perfeitos.
Logo depois do lançamento desse disco e da turnê oficial, Bruce Dickinson anunciou que estava saindo da banda para tentar novas aventuras dentro da música. Todos nós já conhecemos essa história, mas essa atitude do vocalista levou a banda a investir em uma sonoridade totalmente diferente. Mas, isso fica para outro texto.