Vocês já pensaram nos discos que moldaram os seus gostos musicais? Às vezes, quem coleciona música em mídia física, se coloca a pensar como a coisa chegou ao ponto em que está. Como seu gosto musical foi formado. Sigo algumas tendências dentro da música, quase todas dentro do rock, claro, mas cada uma delas teve um início. Um disco, ou uma banda, que me mostraram um novo estilo e me fizeram seguir por um caminho. Vendo alguns canais no Youtube que fazem esse tipo de reflexão, eu também comecei a pensar sobre isso.
Então, aqui vai uma seleção dos 10 discos que forjaram o meu gosto musical atual e um pequeno comentário sobre cada um deles. Só lembrando que gosto musical está em constante mudança e, quem sabe, daqui 5 anos essa lista tenha adições ou até mude.
01 – Iron Maiden – The Number of the Beast – 1983
Começamos com o grande Iron Maiden. Quando tinha 13 anos esse foi um dos primeiros discos que ouvi dentro do Heavy Metal na casa de um amigo. Foi amor a primeira vista. Não conhecia nada da história da banda e nem de onde vieram, mas a música bateu forte. O Iron Maiden ainda é a minha banda preferida nos dias de hoje e tenho a coleção completa (em duas versões) na estante. Música atemporal que pode ser ouvida hoje sem problemas ou datação.
02 – Helloween – Keeper of the Seven Keys – Parte II – 1988
Eu ouvi esse disco na casa de um amigo quando tinha 16 anos. Ele chamou a galera para ver um disco que havia descoberto em uma loja e cujo som era muito diferente do que estávamos acostumados. Foram os primeiros acordes do Heavy Metal Melódico que entraram em meus ouvidos e me levaram à loucura. Músicas como March of Time, I Want Out e Dr. Stein ainda figuram como as melhores de todos os tempos dentro do estilo e, apesar do disco ter uma gravação e produção meio ruins, a energia que emana das faixas compensa qualquer problema. Disco para ser ouvido hoje ainda na íntegra.
03 – Guns N’ Roses – Appetite for Destruction – 1987
Na época de lançamento desse disco, a música Sweet Child o’ Mine fez parte da trilha sonora de uma das novelas da Rede Globo. A música era bacana e em 1991 decidi comprar o disco (que era caro na época e a gente tinha que escolher certinho o que comprava). Fora a música citada, o disco inteiro é uma aula de Hard Rock com uma pegada mais agressiva nas guitarras. Era comercial ainda, mas bem mais pesado do que o Glam Rock que dominou a década de 80. Esse disco abriu minha mente para toda uma galera que fazia um rock mais comercial, ou não tão pesado quanto as bandas que eu já estava ouvindo.
04 – Metallica – Master of Puppets – 1986
Esse foi o primeiro disco do Metallica que ouvi. Isso também na casa de um amigo. Em tempos em que a internet não existia, ir na casa dos amigos era a melhor forma de descobrir novas bandas. Não foi o primeiro disco de thrash metal que ouvi em minha vida, mas foi o que conseguiu me pescar para gostar do estilo. Músicas pesadas, bem colocadas, com um contrabaixo matador e uma bateria que soca o seu cérebro sem piedade. Sem falar no engajamento das letras. Uma aula de como fazer música pesada com composições que possuem identidades próprias e que vão grudar nos seus ouvidos. Vai sempre figurar como um dos melhores discos de rock de todos os tempos.
05 – Manowar – Fighting the World – 1987
O Manowar me foi apresentado por uma garota na escola. Ela veio transferida da capital e trouxe um monte de coisas bacanas na mala. Lembrando que era um mundo sem internet, sem compras on-line, e tinha muita coisa da música que simplesmente não chegava aqui no interior. Ainda mais esse disco do Manowar que não tinha sido lançado no Brasil. Só encontrava importado. A banda me ganhou nos primeiros acordes da música Defender. Caraca, como eu vibrei com essa temática guerreiro bárbaro e todo o discurso farofa de amor ao metal. Uma delícia divertida até hoje. Quem reclama da banda é porque leva a sério todo esse visual e discurso. Desliga o cérebro e só se diverte.
06 – Savatage – Streets: A Rock Opera – 1991
Conheci o Savatage por um clipe que tocava muito no programa Fúria Metal da MTV. Mas, os discos da banda eram igualmente difíceis de encontrar aqui no interior. Esse Streets me foi apresentado por uma fita K7 gravada por um amigo. Demorei muitos anos para encontrar ele em formato de CD e a audição é, até hoje, um deleite. Nem gosto de ouvir muito para não enjoar. Gosto da experiência. Infelizmente, esse é um dos discos da banda que padece de uma qualidade de gravação e produção bem ruins. Mas, as composições são belíssimas. Depois de muito tempo consegui ter todos os discos da banda. Um grupo que deixa saudades, já que parece não estar mais na ativa.
07 – Queen – Gratest Hits I – 1981
Quando eu tinha 18 anos, fui contratado para cuidar de uma residência enquanto a família viajava. Só tinha que passar a noite. O dono me disse que eu poderia usar o aparelho som e até ouvir os discos dele. No meio tinha essa coletânea do Queen. Nunca tinha prestado atenção na banda. Por 10 dias eu praticamente só ouvi esse disco. Não descansei enquanto não comprei. Hoje, tenho todos os discos do grupo e dos trabalhos solos dos membros. Um disco que abriu uma nova vertente sonora em meu gosto musical, pois antes disso só gostava de bandas de Heavy Metal. Hoje não imagino minha vida sem o trabalho do Queen.
08 – Pink Floyd – The Dark Side of the Moon – 1973
O Pink Floyd só entrou em minha vida na faculdade. A gente sai daquele grupinho onde cresceu e começa a fazer parte de um grupo mais diversificado. Um dos colegas de classe me mostrou o The Dark Side of the Moom. Admito que na primeira audição achei muito estranho, mas decidi dar uma chance e continuar ouvindo. Só com o tempo e com o amadurecimento você percebe a genialidade desse disco. Foi a porta de entrada para as bandas de rock progressivo. Admito que não gosto de todos os discos do Pink Floyd, mas tenho quase todos e também os discos solo dos membros do grupo. Infelizmente é uma banda que não produz mais nada, mas já está na história da música mundial.
09 – Eric Clapton – Umplugged – 1992
Esse foi comprado por conta de Tears in Heaven que tocou muito nas rádios da cidade. Não tinha muito conhecimento do trabalho de Eric Clapton, mas todos conheciam o nome do guitarrista. O disco, na época, custava muito caro. Muito mais do que um lançamento normal, mesmo sendo um disco nacional. Provavelmente por conta do sucesso da canção citada. Mas, valeu a pena o investimento. Foi meu primeiro contato com o trabalho do guitarrista e também o primeiro contato com o blues, um estilo que viria a apreciar muito.
10 – Buddy Guy – Bring ‘Em In – 2005
Foi só em 2005 que tive contato mais forte com o blues e passei a gostar muito do estilo. O culpado foi esse disco do Buddy Guy que um amigo comprou e fez uma cópia para mim. Um dos momentos em que o coração bate forte ao descobrir uma nova paixão. Não tenho muita coisa de Blues, se comparado com os outros estilos, mas esse disco e mais alguns do guitarrista fazem parte do acervo
11 – Comando Metal
Discos de vinil eram muito caros quando comecei a ouvir música. A economia era uma droga e os preços subiam diariamente. Então, comprar um disco representava economia de vários meses e muito trampo mau pago. Lembrando que eu tinha uns 12 anos e crianças podiam trabalhar em empregos que ninguém hoje quer. Os primeiros dinheiros que consegui juntar me permitiram comprar essa coletânea (que estava no bancão de promoções) chamada Comando Metal. Normalmente as coletâneas eram bucha de canhão, mas dei sorte com essa. Muita coisa boa que me apresentou ótimas bandas para o futuro. Temos aqui Testament, Alice Cooper, Slayer, AD/DC e Aerosmith. Esse discão eu tenho até hoje.