Hoje estava deprimido, então tirei o dia para ouvir música, relaxar e fazer uma procrastinação criativa. E ouvi 5 discos que me são muito queridos. E, por coincidência (ou não) eram todos discos conceituais. Todo mundo que acompanha minhas redes sociais sabe que o meu estilo musical favorito é o Power Metal, que alguns também chamam de heavy metal melódico, mas independente do nome do estilo, são músicas pesadas, mas mesmo assim com muita melodia. Ao ouvir esses discos hoje me peguei pensando como o rock pode abranger os mais variados estilos e sensibilidades. Então aqui vai para vocês uma lista com os 5 alguns conceituais de Power Metal que mais gosto.
Kamelot – Epica (2003)
Esse foi o sexto disco de estúdio da banda americana Kamelot. Admito que esse foi o primeiro disco do grupo que comprei e fiquei muito impressionado. Acho que um diferencial que me atraiu muito foi o timbre de voz do vocalista Roy Khan, que é muito mais grave do que agudo. O disco, uma viagem por vários sentimentos, é inspirado na obra Fausto de Goethe. Muitas músicas rápidas e várias lentas com muita melodia. Assim como o nome do disco sugere, o clima épico permeia toda a obra. Infelizmente a história não fecha nesse disco, pois tem uma continuação no próximo trabalho de estúdio chamado The Black Halo e que foi lançado em 2005. O disco foi eleito em 2017 pela revista Loudwire como o 18º melhor disco de power metal de todos os tempos e a revista Metal Hammer o elegeu em 2019 como o 22º melhor disco de power metal de todos os tempos. Destaques ficam para as músicas Center of the Universe e The Mourning After.
Angra – Holy Land – 1996
Não poderia deixar de falar da banda que mais gosto no Brasil, o Angra. Quem acompanha o nosso canal no Youtube sabe que falo muito desse disco e da importância que ele teve em minha vida. O Holy Land é o segundo disco de estúdio da banda brasileira Angra e narra as viagens para o descobrimento do continente americano no século XV. O disco é muito mais lento, melódico e com elementos de música clássica do que seu antecessor, o Angels Cry de 1993. Por conta disso o disco sofreu muitas críticas e não foi um estouro de vendas em terras brasileiras, mas teve muito reconhecimento na Europa e Japão. O disco chega a ser até progressivo em algumas partes. Porém, a banda sentiu a pressão das críticas e o disco que sucedeu esse Holy Land, o Fireworks, voltou a apresentar um power metal mais tradicional. Porém, para mim, a obra ainda é o melhor disco de heavy metal feito em território nacional até hoje. Destaques são Carolina IV, Nothing to Say e a música título.
Blind Guardian – Nightfall in Middle-Earth – 1998
Em 1998 o Blind Guardian estava colocando na praça o seu novo disco de estúdio, o Nightfall in Middle-Earth. Era um disco muito esperado, pois todos ainda estavam impactados com o disco anterior, o fenomenal Imaginations from the Other Side de 1995. Porém, acho que ninguém estava preparado para o que iria acontecer. O que temos aqui é um dos mais incríveis discos de heavy metal de todos os tempos. Tendo como base o livro O Silmarillion de J.R.R. Tolkien, a banda vagou pelas histórias dos elfos, orks e as épicas batalhas contra Morgoth e seus seguidores. Porém, não só o tema chama a atenção, mas também a construção harmônica das músicas no seu instrumental que foram por um caminho nunca antes imaginado por um fã da banda. Além das músicas o álbum também é recheado de narrações que completam a história. Inovador e belíssimo. Indico esse disco fortemente para quem quer conhecer o estilo e também para todos que gostam de Heavy Metal. Destaques vão para Mirror, Mirror, Time Stands Still (At the Iron Hill), Into the Storm e Thorn.
Avantasia – The Metal Opera – 2001
Em 2001 eu estava em uma loja de discos aqui em minha cidade (vocês lembram o que é isso?) e me deparei com esse disco. Na capa, muito bonita, apenas o nome de Tobias Sammet, que eu já conhecia como vocalista do Edguy, e o nome Avantasia. Embaixo o título “The Metal Opera“. Achei curioso e levei o disco para casa. Uma das melhores decisões de minha vida. O primeiro disco do Avantasia é daqueles álbuns que explodem sua cabeça. E não temos nada de muito novo aqui. O vocalista apenas reuniu um monte de músicos muito talentosos e vários vocalistas para interpretarem personagens em sua história que envolve a igreja católica medieval, elfos, bruxas, intrigas e um final impactante. Segundo ele a inspiração foram as histórias reais de caça às bruxas de sua cidade natal de Fulda no século XVI. Junto com Tobias, que interpreta o personagem principal, temos Michael Kiske, David DeFeis, Sharon den Adel, Rob Rock , Andre Matos e Kai Hansen entre outros. Em 2019 a revista Metal Hammer classificou o álbum como o 25º melhor álbum de Power Metal de todos os tempos. Destaques vão para The Glory of Rome, Sign of the Cross, Serpents in Paradise e The Tower.
Ayreon – The Source – 2017
Nunca gostei do Ayreon. Sempre achei a música muito parada, mas algo aconteceu em 2017. Quando a banda lançou o The Source, o Spotify me indicou o disco. Dei play e a cabeça explodiu. Um grande disco de power metal com muita melodia, muito peso e uma história matadora. Em um planeta muito distante, onde seres humanos dependiam totalmente das máquinas para sobreviver, o líder dessa sociedade solicitou à inteligência artificial que gerenciava as máquinas que resolvesse os problemas ambientais do planeta. A decisão lógica da inteligência artificial era que os humanos eram o problema e que eles deveriam ser exterminados. Assim, toda a tecnologia e sistemas que tornavam a vida humana possível foram desligados. Por fim, a solução encontrada, foi montar uma nave de fuga para um pequeno grupo escolhido a dedo deixar o planeta e começar uma nova colônia em outro planeta. O Ayreon, na realidade, não é uma banda, mas um projeto do multi-instrumentista Arjen Anthony Lucassen e vários vocalistas são convidados para interpretarem papeis e muitos músicos convidados para tocar em determinadas faixas. O disco é muito bom e vale ser ouvido por qualquer fã de Heavy Metal. Destaques vão para The Day That the World Breaks Down, Sea of Machines, The Dream Dissolves e Journey to Forever.
E vocês, gostaram da lista? Todos os discos citados aqui estão disponíveis nos serviços de música por streaming, então todo mundo pode ouvir. Comentem abaixo qual seria a sua seleção perfeita de álbuns conceituais.