Nitidez é uma coisa muito perseguida por qualquer fotógrafo. Sempre ficamos observando nossas fotos para ver se está tudo em foco, se temos a nitidez que procuramos, se conseguimos representar todos os detalhes que queremos capturar. O interessante ´é que câmeras DSLR são incapazes de entregar uma nitidez de 100%, justamente pelo fato de o sensor de foco estar alguns milímetros a frente do sensor fotográfico. Quanto maior a resolução da foto, mais você vai perceber um leve desfoque nas imagens. Então, temos que dar uma freada em nossas obsessões. Felizmente, esse pequeno detalhe técnico não acontece com as câmeras mirrorless onde o sensor de foco está junto com o sensor fotográfico. Então o futuro da fotografia vai ser marcado por muito mais nitidez.
Mas, fora querer uma nitidez inalcançável, existem alguns problemas que podem afetar a captura de detalhes de sua foto na hora de registrar retratos. O fotógrafo Gavin Hoey compartilhou sua experiência em um vídeo no canal da Adorama sobre as 7 principais razões de suas fotos ficarem tremidas ou borradas durante uma sessão fotográfica de retratos. Você pode ver o vídeo (em inglês) logo após o pequeno resumo abaixo.
1 – Foco nos olhos – sim meus amigos, os olhos são a janela da alma. Quando fizer um retrato, tenha o cuidado de sempre manter o ponto de foco nos olhos da pessoa. Essa dica é muito especial se você estiver trabalhando com grandes aberturas, como f/1,8 ou f/1,4. Já demonstrei para meus alunos que em f/1,8 se o foco estiver na ponta do nariz da modelo, os olhos já estarão extremamente desfocados. Algumas câmeras mais modernas possuem a função Eye AF (a câmera sempre procura os olhos da pessoa a ser retratada para fazer o foco), mas no geral o bom senso do fotógrafo é muito importante nessas horas.
2 – Trabalhando com ISO muito alto – sim, nossas câmeras hoje em dia podem trabalhar com sensibilidades ISO muito altas, mas isso não quer dizer que seja bom. Eu costumo dizer que em uma emergência é muito bem-vindo, mas se você está fazendo uma sessão de retratos então não é uma boa. ISO alto significa que você está perdendo nitidez no arquivo final. Sempre prefira trabalhar perto do ISO mínimo da câmera. Você vai perceber que até na hora de editar será mais tranquilo com o ISO baixo.
3 – Recorte e Redimensionamento – trabalhar com arquivos com muitos megapixels pode ser muito bom na hora de fazer cortes ou girar a imagem. Mas, mesmo nos arquivos com muita resolução, fazer um corte muito drástico vai render uma perda de nitidez na foto, pois você está diminuindo a quantidade de pixels da imagem. Sempre preste atenção no que está fotografando e em sua composição. É muito melhor fazer os cortes e ajustes na hora de fotografar do que depois na edição.
4 – Tremido da Câmera – Em situações de baixa iluminação você pode ser levado a diminuir a velocidade do seu obturador e isso pode levar à captura do tremido da câmera na hora do disparo. Por mais firme que seja sua mão, todo mundo tem um limite. Seria muito bom você descobrir o seu. Para fugir dessa armadilha você pode aumentar um pouco o ISO ou aumentar a abertura do diafragma de sua lente (tendo sempre a preocupação com a questão da profundidade de campo e do ISO muito alto já citados)
5 – Desfoque de movimento – esse está intimamente ligado ao problema anterior, baixa velocidade do obturador. Quando fotografamos modelos profissionais elas vão executando as poses e o fotógrafo segue capturando. Isso é tudo muito rápido e, por conta da baixa velocidade do obturador, você pode perder nitidez por conta da movimentação da modelo. A alternativa aqui é a mesma do problema anterior. Mais velocidade, maior ISO e maior abertura, mas o ideal seria aumentar a quantidade de luz em sua sessão fotográfica. Um flash seria o melhor para resolver esse entrave.
6 – Mistura de luz ambiente e Flash – sim, o que pode ser uma solução no problema anterior, pode também causar perda de nitidez. Isso também está ligado à velocidade do obturador. Você precisa ter uma fotometria perfeita entre os dois tipos de luz. Embora o flash tenha o poder de congelar movimento, a luz ambiente ainda pode capturar o movimento da modelo se o obturador estiver suficientemente lento para isso. Procure trabalhar perto da velocidade de sincronismo de flash (geralmente 1/160) para evitar isso.
7 – Duração lenta do flash – aqui vai um conceito que pouca gente conhece. Um flash pode apresentar luz mais forte ou mais fraca, mas a intensidade é determinada pelo tempo em que a luz do flash fica ativa. Então, se a luz do flash fica ativa o tempo suficiente para a modelo borrar a foto com seu movimento, você vai perder nitidez também. Procure um meio termo entre a duração do flash e você sempre vai ter movimentos congelados e fotos nítidas.
Tudo muito simples e bem explicado. O vídeo traz alguns exemplos e você pode utilizar esses ensinamentos em suas sessões fotográficas.
Muito Bom