Existe muito preconceito em relação à música na cabeça do fã de rock em geral. O pessoal do Heavy Metal é o mais preconceituoso, com muita dificuldade de aceitar coisa que são um pouco diferentes do que eles acham que é o certo. Com a idade a cabeça das pessoas tende a mudar e entender que o que importa é a música e o seu efeito benéfico para a sua mente. Com o Place Vendome foi mais ou menos isso o que aconteceu.
Hoje, a minha caneca de café está na mão, já estou sentado em meu sofá, e o disco escolhido para me acompanhar nessa manhã é o primeiro álbum do projeto Place Vendome, que foi lançado em 2004. Na realidade, a banda é um projeto de um dono de gravadora. Serafino Perugino, diretor da Frontiers Records, teve a ideia de criar um projeto para músicas Hard Rock e, para isso, queria unir membros da banda Pink Cream 69 com os poderosos vocais de Michael Kiske. Tudo foi apresentado para os músicos e, depois de ouvir algumas das composições, todos toparam.
Kiske, para quem não conhece, foi vocalista do Helloween em sua fase mais importante. Ficou conhecido como um dos grandes vocalistas do Heavy Metal Melódico e do Power Metal. Depois que saiu do Helloween ele não deu muita sorte com sua carreira solo, mas se tornou especialista em participações especiais em projetos de terceiros e em parcerias com outros músicos como Amanda Somerville com o projeto Kiske/Somerville que durou dois álbuns. Atualmente, o vocalista montou a banda Unisonic com o guitarrista Kai Hansen e já lançaram dois discos no mercado.
O grande impacto do Place Vendome foi mostrar Michael Kiske em um ambiente totalmente diferente do que estamos acostumados. Nada de Power Metal aqui. No lugar temos um Hard Rock bem cadenciado e com melodias até calmas. Instrumental limpo, guitarras distorcidas apenas na medida e uma cozinha bem entrosada e sem estripulias. E esse foi o problema com o disco. Muita gente estava esperando ver o vocalista no ambiente que o consagrou e acabou não aceitando muito bem esse direcionamento. Pura birra de fã. O disco não é uma obra prima, mas é honesto, bem feito e garante diversão para os amantes da música.
O disco abre com a animada Cross the Line e já engrena com a igualmente empolgante I Will Be Waiting. O disco possui duas baladas bem interessantes. Too Late, embora seja classificada como uma balada, tem uma pegada mais animada no ritmo de sua execução. Já Heaven’s Door é a típica música para ouvir com as luzes apagadas e prestando atenção em todos os detalhes do instrumental e do vocal. Creio que essa é a mais bela música do disco. Fechando o pacote de destaques temos a poderosa música título, Place Vendome, que tem o poder de fazer qualquer um se mexer ao ritmo da composição, e a animada Right Here.
Também fazem parte do Place Vendome os músicos Uwe Reitenauer (guitarras), Dennis Ward (baixo), Kosta Zafiriou (bateria) e Gunther Werno (teclados). Quase todas as músicas do disco foram compostas por Dennis Ward e que também foi o produtor do disco. Um belo trabalho para quem quer curtir música independente de rótulos.
O disco de estreia do Place Vendome está disponível nas principais plataformas de música on line, como o Spotify, mas também pode ser achado em CD usado facilmente no Mercado Livre por um preço bem camarada. Como colecionador sempre indico ter em casa o CD, mas cada um ouve música da maneira que mais gosta.
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