Quando as primeiras câmera mirrorless chegaram ao mercado, em uma parceria entre Olympus e Panasonic, haviam muitas dúvidas e algumas certezas. O sistema simplesmente retirava o mecanismo de espelhos das câmeras reflex. E o que isso ocasionava? A lente estava mais perto do sensor, as câmeras poderiam ser menores e mais leves e, além disso, uma quantidade menor de partes mecânicas que se moviam, e que poderiam dar defeito, além de um novo sensor de foco automático que se localizava no sensor principal e não em um sensor secundário na parte de baixo da câmera. Porém, as câmeras perdiam o visor ótico e que em alguns modelos foi substituído pelo visor eletrônico e, em outros, simplesmente não existia mais e todas as operações eram feitas somente pelo monitor LCD. Mesmo sendo equipamentos mais leves e menores, o preço das primeiras câmeras mirrorless foi bem elevado.
Mais de 10 anos após os primeiros lançamentos, os grandes jogadores do mercado de câmeras fotográficas (Canon e Nikon) entraram na brincadeira e começaram a despejar novos modelos no mercado. Porém, modelos muito caros. Até agora não tínhamos uma câmera mirrorless realmente de entrada, aquela bem barata e simples, com controles básicos e boa qualidade de imagem. A primeira câmera que você pensaria em comprar para utilizar no lugar do celular, para começar a aprender fotografia. Esse tipo de equipamento parece estar sendo desprezado pelos fabricantes justamente por conta da queda das vendas de câmeras fotográficas. Mas, é uma categoria de equipamento necessária, pois poucos se aventuram em câmeras muito mais caras antes de saberem se realmente vão ganhar gosto pela fotografia.
É por isso que fico muito feliz com o lançamento da Canon EOS R100. Estamos falando de uma câmera pequena, compacta e com corpo bem leve. A câmera mede 149 x 149,5 x 90,5 mm e pesa 1.340 g com bateria e cartão de memória. Ela é equipada com um sensor CMOS APSC com resolução máxima de 24,1 megapixels e com o processador DIGIC 8. Embora seja pequena ela é capaz de fazer 6,5 fotos por segundo no modo de disparo contínuo, consegue gravar vídeos em 4k com 25 quadros por segundo e a sensibilidade ISO vai até 12.800. Para uma câmera pequena e amadora ela tem algumas características bem interessantes. Pontos negativos, apontados pelos sites especializados, são referentes ao LCD que não é articulado e nem sensível ao toque, mas possui 3 polegadas e 1,04 milhões de pontos. O visor eletrônico tem ampliação de 0,95x e taxa de atualização de 60 quadros por segundo. A câmera usa o sistema de foco Dual Pixel CMOS AF com cobertura de 88% e apresenta conectividade Wi-Fi, Bluetooth, Micro HDMI e entrada para microfone.
Uma pequena guerreira que pode ser adquirida por US$ 599,00 juntamente com a lente do kit, a RF-S 18-45mm f/4,5-6,3 IS STM. A câmera também pode ser adquirida por US$ 479,00 (apenas o corpo). Claro que no Brasil vai chegar por um preço absurdo, pois aqui o capitalismo é meio distorcido.
Muito feliz que agora temos um ecossistema completo com câmeras mirrorless de todas as categorias que encontrávamos nas DSLR, pelo menos quando falamos das câmeras Canon. Mas, talvez, esse seja o incentivo que faltava para os outros fabricantes também entrarem nesse caminho.