Você já perseguiu um objetivo na fotografia? Toda vez que fazemos uma foto bacana com nosso equipamento, nós ficamos muito orgulhosos, queremos mostrar para tudo mundo, e depois partimos para a próxima foto. Mas, existem aquelas fotos que são objetivos de vida, pois não são fáceis de conseguir ou você nunca teve a oportunidade. Um pequeno exemplo. Eu sempre tive como objetivo em minhas caminhadas na natureza conseguir fazer uma boa foto de um Carcará, um pequeno gavião que é bem comum aqui na minha região. Não é difícil encontrar o animal, mas todas as vezes que topei com um desses ou eu não estava com a câmera ou ele foi muito rápido e não conseguia fazer a foto. Até que no ano passado, uma dessas aves incríveis pousou perto de mim em uma árvore e tive tempo e espaço para fazer uma foto muito bacana. A satisfação de fazer essa imagem foi grandiosa. Talvez não seja uma foto tão importante assim para as outras pessoas, mas para mim foi de uma alegria incrível. A foto em questão é a imagem que abre esse texto.
Por isso que entendo a alegria dos pesquisadores que conseguiram fotografar um pássaro que foi avistado pela última vez em 1882. Para falar a verdade, o Pombo-Faisão de Nuca Preta nunca foi fotografado, o que deixa a descoberta ainda mais importante. O pássaro vive apenas na Ilha Fergusson, no Arquipélago D’Entrecasteaux, na Nova Guiné. O grupo de pesquisas ficou na ilha durante 30 dias e armou armadilhas fotográficas em vários pontos que poderiam ser áreas em que o pássaro vive. Tais armadilhas são ativadas por movimento. Ou seja, elas começam a gravar quando um sensor capta movimento de algum animal. Por conta disso, enquadramento e composição são coisas que não existem, pois não tem ninguém controlando a câmera. Mas, aqui o intuito das imagens é prova científica de que o animal passou por ali ou, no caso do Pombo-Faisão, que ele simplesmente existe. Veja abaixo a gravação da câmera.
Porém, o que é mais interessante na história é a reação dos pesquisadores Jordan Boersma e Doka Nason ao perceberem que conseguiram capturar uma imagem do raro pássaro.
“Quando coletamos as armadilhas fotográficas, imaginei que havia menos de um por cento de chance de conseguir uma foto do pombo-faisão-de-nuca-preta”, diz Boersma, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Cornell e co-líder da equipe de expedição. . “Então, enquanto eu folheava as fotos, fiquei surpreso com a foto deste pássaro passando direto pela nossa câmera.”
Não existe sensação tão bacana quanto essa.
Fonte: Petapixel