Já ouviu alguma história de pessoa que morreu ao fazer uma selfie? Normalmente isso acontece em locais perigosos, proibidos, ou simplesmente muito movimentados. E isso não é novidade. Em 2018, quando parei de escrever para o Meiobit, já havia publicado vários textos falando desse fenômeno. Assim como os “fotógrafos pombos“, que se acham no direito de destruir coisas ou lugares por conta de uma foto, as pessoas que morrem em acidentes ao fazerem fotos também desrespeitam normas de segurança e acham que vale a pena entrar em um lugar proibido ou perigoso por conta de uma fotografia para impressionar nas redes sociais. A coisa é tão grave que já existem estatísticas mundiais sobre esses casos. Mais pessoas morrem ao fazer selfies do que por ataques por tubarão. Mas, qual o motivo? Muito mais pessoas morrem ao fazer uma selfie do que sendo retratadas por outra pessoa. Isso acontece pelo fato de o fotógrafo ficar desatento ao ambiente que o cerca na hora de fazer a selfie. Você presta atenção em sua câmera, fica olhando para o enquadramento, e se distrai do ambiente. E como, geralmente, a pessoa está em um local em que não deveria estar, o acidente acontece. E agora alguém se deu ao trabalho de compilar esses dados.
Um estudo publicado em setembro analisa as selfies mortais entre 2008 e 2021. A análise se valeu de reportagens publicadas na imprensa. Ou seja, a limitação da pesquisa são casos noticiados. Talvez existam muitos outros que não chegaram a virar notícia. Desses noticiados encontramos 400 ocorrências. Uma ocorrência a cada 12 dias dentro do período de tempo estudado. Lembrando que nem todas as ocorrências resultaram em morte, pois também existem casos em que o autor da façanha saiu apenas ferido. Falando somente de mortes, temos a Índia como campeã de acidentes com 100 fatalidades, seguida por Estados Unidos com 39 mortes e Rússia com 33 mortes. O Brasil está em quinto lugar com 17 mortes. Um dos participantes da pesquisa, o Dr. Samuel Cornell, da Universidade de Nova Gales do Sul, chega a afirmar que essas mortes devem ser tratadas como um problema de saúde pública e que a conscientização deve ser aprofundada. Os pesquisadores chegam a sugerir que mais zonas proibidas para selfies devem ser criadas.
Infelizmente, a maior parte dessas mortes, pelo menos as que acompanhei pela mídia, são de pessoas que realmente desrespeitaram normas de segurança e adentraram em zonas proibidas para fazer suas fotos. Quando a pessoas é burra e estúpida, fica um pouco complicado criar mais normas se elas serão ignoradas. Um dado importante da pesquisa é que grande parte das pessoas que perderam a vida ao fazer uma selfie são mulheres com idade próxima aos 22 anos, principalmente em locais aquáticos. O que nos diz isso? Talvez uma questão de vaidade? Sinceramente não sei qual a melhor conclusão sobre esse dado.
O que importa é que perder a vida por uma fotografia bacana não vale a pena. Normas de segurança existem por um motivo e você não é especial ou mais cuidadoso do que as outras pessoas.
Fonte: iPhoto Channel