Sim, estamos em quarentena. O interessante é que esse é um fenômeno mundial e a única diferença entre os locais é o modo com que o governo está lidando com a pandemia. Mas, uma coisa é certa. Pequenos negócios e prestadores de serviços estão sofrendo e amargando prejuízos. Nós que trabalhamos com fotografia estamos sentindo isso na pele. Quem não tinha uma reserva financeira está correndo atrás de outras atividades. Um bom exemplo disso são as centenas de cursos de fotografia on-line que estão aparecendo no mercado. É o pessoal tentando vender da maneira que consegue.
Um exemplo gritante, mas que não causa muita simpatia por conta das pessoas, foi divulgado ontem pelo Yahoo Notícias. A indústria de Paparazzis em Hollywood foi praticamente dizimada por conta da pandemia. Como as celebridades não saem mais de casa, e quando saem estão com máscara e óculos escuros, os fotógrafos não possuem mais o que fotografar e vender. Lembrando que é um mercado formado exclusivamente por autônomos. Dados da matéria mostram que agências de fotografias de celebridades licenciavam cerca de 7 mil imagens por mês antes do isolamento social, e que agora não chegam a 500 imagens. Sinceramente, ninguém está com pena deles. Muitos afirmaram que Paparazzis ficarem sem pessoas para fotografar é o mesmo que ladrões não terem mais quem roubar. Mas, sabemos que essa é uma indústria onde ambas as partes se beneficiam.
Um outro dado interessante foi em relação à venda de câmeras fotográficas. A empresa de inteligência de varejo Stackline elaborou um relatório onde apontou as 100 indústrias que mais crescem e as 100 que mais declinam com base nos dados de comércio eletrônico de março. Claro que as câmeras fotográficas teriam um grande destaque negativo nesse relatório. Acho que todos diriam que esse não é o momento de gastar suas economias em um novo equipamento fotográfico, ainda mais que não está entrando dinheiro nas empresas de fotografia. Comparando dados de março de 2019 com março de 2020 o relatório apresenta uma queda de 64% nas vendas de câmeras fotográficas. Foi o terceiro pior resultado. Só perdeu para a venda de Malas e para a venda de pastas.
E, como o problema é mundial, um relatório recente do BCN aponta que houve queda de 50% de vendas de câmeras em espelho no Japão também no mês de março. Esse tipo de pesquisa no Brasil também mostraria a queda no número de vendas, mas não explicitaria toda a a realidade de nosso país. É de conhecimento de todo mundo que a maior parte dos equipamentos fotográficos no Brasil são adquiridos no mercado paralelo e, além disso, a alta do dólar já teria impactado o mercado, indiferente de ter ou não pandemia.