Nesse mês de maio de 2020 nós lembramos os 10 anos da morte de um dos grandes vocalistas que o Heavy Metal já teve: Ronnie James Dio. O baixinho já estava gravando músicas na década de 50 com a banda Ronnie & The Red Caps e depois passou pelos grupos Elf, Rainbow, Black Sabbath e encarou a carreira solo em 1983 com o fenomenal disco Holy Diver. Deixou dezenas de registros em estúdio e álbuns ao vivo e morreu em 2010 em decorrência de um câncer no estômago. Uma grande perda para o cenário da música pesada.
Em 1998, o Dio colocava no mercado o disco ao vivo duplo Inferno: Last in Live. Eu ainda era um capial dentro da música e com o cérebro cheio de preconceitos. As avaliações do disco nas revistas de rock eram maravilhosas e decidi comprar. Na época não tinha nenhum disco do Dio na coleção, apenas o Dehumanizer do Black Sabbath. Digo que o disco não me empolgou, mas isso era normal. Um monte de disco bacana que comprei naquela época, e não curti muito, se tornaram maravilhosos aos meus ouvidos com o passar dos anos. Mas, não foi o destino desse disco. Infelizmente cai na armadilha de emprestar o CD para um “amigo” e esse nunca mais voltou.
Com a nostalgia do aniversário da morte do cantor, me lembrei desse disco perdido há mais de duas décadas. Procurei no Mercado Livre e encontrei por preços bem convidativos. Três dias depois estava em minha casa. Muito boa a sensação de poder ouvir novamente, quase pela primeira vez, um disco com tanto tempo de estrada. Inferno: Last in Live foi gravado durante a turnê do disco Angry Machines, e já abre com a pedrada Jesus, Mary & the Holy Ghost, seguida por Straight Through the Heart e Don’t Talk to Strangers. O disco foca em músicas da carreira solo do cantor, mas também nos mostra clássicos de sua participação em outras bandas. Temos aqui Heaven and Hell e The Mob Rules, do Black Sabbath, e Man on the Silver Mountain e Long Live Rock ‘n’ Roll, do Rainbow. Como estamos falando de um ao vivo da década de 90, não poderiam faltar os solos de bateria e de guitarra, uma coisa muito comum nos shows do Dio.
Acho que um grande destaque desse disco é a qualidade absurda da gravação. Todos os instrumentos são bem audíveis, a bateria tem uma equalização muito agradável aos ouvidos, e a guitarra tem um timbre bem encaixado. Acompanham o Dio nessa gravação o guitarrista Tracy G, o baixista Larry Dennison, o baterista Vinny Appice e o tecladista Scott Warren. Um time perfeito para o crime perfeito.
Inferno: The Last Live é um disco primoroso. Feito para ouvidos já calejados no que é qualidade dentro do Heavy Metal. Me arrisco a dizer que é um dos dois melhores discos ao vivo que o cantor nos deixou em sua carreira solo. Vale a pena procurar e ter na coleção. Existem exemplares usados com preços bem interessantes na internet.