Vivemos em tempos de guerra dos Streamings. Isso pode ser bom e ruim ao mesmo tempo. É bom pelo fato de termos acesso a boas produções por um valor mensal que cabe em nosso bolso. O ruim é que várias empresas estão entrando no negócio, o que obriga o consumidor a assinar vários serviços para assistir tudo o que está disponível no mercado. Uma dessas empresas que entrou pesado no mercado é a Amazon Prime, que já apostou em várias produções próprias para atrair o público sedento de entretenimento.
Uma dessas produções é Carnival Row, uma história de fantasia que, ao contrário de todas as tendências, não é baseada em um livro. O roteiro original foi escrito por René Echevarria e Travis Beacham e conta a história de um mundo que vive um momento histórico muito parecido com o da Era Vitoriana, mas com uma grande diferença: nesse mundo temos fadas, centauros, faunos e uma grande quantidade de outros seres mitológicos que realmente existem.
Depois de uma guerra que destruiu quase totalmente a sua terra natal, as fadas e outros seres mágicos migraram para o Burgue, um país inspirado na Inglaterra Vitoriana, e lá vivem como párias em uma sociedade que os segrega constantemente. Aqui temos várias alusões aos preconceitos que os povos europeus evoluídos e colonialistas praticaram contra várias sociedades que foram subjugadas pelos seus exércitos. A história é centrada em dois personagens principais, o inspetor de polícia Rycroft Philostrate (vivido por Orlando Bloom) e a fada Vignette Stonemoss (vivida por Cara Delevingne). Os dois possuem um passado amoroso juntos, mas agora são quase inimigos.
A história possui um eixo central, onde Philostrate caça um assassino sanguinário que parece atacar vítimas aleatoriamente com uma violência e poder sobrenatural. Porém, com o passar da história notamos que todas as mortes acabam convergindo para um mistério do próprio passado do inspetor. Junto a isso, temos vários personagens coadjuvantes que vão desenvolvendo seu próprio arco de histórias paralelas que, ao final, acabam se juntando em uma única narrativa. E nessa narrativa temos fantasia, magia, intrigas políticas, traições e toneladas de preconceitos contra o que é diferente.
A história é interessante, bem construída, mas com eventuais quebras de ritmo e furos de narrativa, talvez por conta da grande quantidade de personagens e subtramas que devem ser resolvidas e costuradas em apenas 8 episódios. O mesmo problema que encontramos nas duas temporadas finais de Game of Thrones. Mas, vale a pena como entretenimento. Os atores vivem bem os seus papéis, o grande vilão da história é conhecido apenas no último episódio e o final deixa um bom gancho para a 2º temporada que já foi confirmada pelo Amazon Prime.
Agora nos resta esperar mais 1 ano para saber o que vai acontecer com os personagens principais.