Quando eu era moleque, isso com meus 12 anos, poucas bandas brasileiras poderiam se gabar de ter uma carreira internacional, isso dentro do Heavy Metal. Eu poderia citar o Viper que explodiu no Japão com seu segundo disco de estúdio, o Theatre of Fate, e o Sepultura, que tinha em Arise o disco que estava abrindo as portas para o que seria o vôo internacional da banda. Hoje, com o poder do streaming, uma banda brasileira tem mais possibilidades de ser ouvida em qualquer parte do mundo, mas para ter sucesso no mercado musical ainda é preciso o mesmo que antes: profissionalismo e muito trabalho. Acho que podemos dizer que o Crypta conseguiu isso. A banda foi formada em 2020 quando a baixista/vocalista Fernanda Lira e a baterista Luana Dametto saíram da banda nervosa e decidiram formar uma nova banda de Death Metal. Junto a elas temos Tainá Bergamaschi na guitarra solo e Jéssica di Falchi na outra guitarra. Sim amigos, uma banda feminina de death metal brasileira que não fica devendo nada em peso e energia para qualquer outra banda.
Atualmente as meninas estão lançando seu segundo disco, intitulado de Shades of Sorrow que já está disponível nos streamings e mostra que elas não estão para brincadeira. Muita energia, peso, violência e um vocal surpreendente de Fernanda Lira. E o mais interessante e bacana foi a boa repercussão do disco no mercado internacional. Lançado em 4 de agosto pela gravadora austríaca Napalm Records, o álbum estreia na posição número 71 no quadro de Vendas da Billboard. É a primeira vez que a banda é citada. Junto a isso já existe uma turnê europeia com a banda como principal atração. Como disse, muito profissionalismo e trabalho.
Ouvindo Shades of Sorrow você já percebe que se trata de uma banda com alta qualidade. Gravação de alto nível, produção no mesmo patamar. Mesmo se tratando de música pesada você consegue ouvir todos os instrumentos, o que mostra um capricho de alta qualidade no projeto. Não há nada pior do que comprar um disco de uma banda recente e a música passar a impressão que estão todos tocando dentro de uma gruta úmida. Se você gosta de uma boa música brutal, então esse é um disco para ter em sua coleção.
A banda já tem várias datas confirmadas para uma turnê nacional. Admito que gostaria de ver elas tocando ao vivo. Se você procurar por notícias da banda, talvez encontre algumas polêmicas envolvendo a vocalista que não passam de mimimi por conta do meio conservador e machista do Heavy Metal. Por exemplo, o fato de Lira gostar de Beyonce. Normal, pois música é universal e ninguém pode questionar suas influências. Não passa de mais um episódio de idiotice dos marmanjos do metal. O que importa é o estupendo trabalho da banda. Para quem quiser saber mais sobre a vocalista, eu indico esse podcast da Roadie Crew onde ela fala de seu início de carreira e influências.