Olá pessoas, tudo bem? Nessa semana eu retornei a um assunto que é muito importante. A questão da manipulação e da edição de fotos em retratos femininos. O assunto é importante, pois possui várias características. Primeiro, vamos fazer uma diferenciação. Edição de imagem é aquilo que toda foto precisa. Toda imagem precisa de edição. Aquele ajuste de exposição, contraste, saturação, nitidez e todos os ajustes básicos. Já a manipulação é quando você altera uma característica da imagem. No caso da fotografia feminina estou falando de suavizar a pele, apagar marcas, sumir com a celulite. Ou seja, mudar características da pessoa que está sendo fotografada.
Quem imagina que esse tipo de coisa começou com a fotografia digital e os programas de edição está muito enganado. O que a fotografia digital proporcionou foi democratizar esse tipo de trabalho para qualquer interessado em aprender. Antes isso era reservado apenas aos funcionários dos laboratórios fotográficos. Desde que a fotografia surgiu a manipulação é praticada para deixar as imagens mais agradáveis ao observador. Na realidade, todas as ferramentas que encontramos na barra das primeiras versões do Photoshop são ferramentas inspiradas em acessórios existentes nos laboratórios fotográficos.
Retratos em publicidade sempre são manipulados. Porém, nos últimos anos temos visto a preocupação do poder público, principalmente na Europa e Estados Unidos em termos legislações que obriguem as agências de publicidade a avisarem que as fotos possuem manipulação. A preocupação destes legisladores são com o impacto dessas imagens em adolescentes ao mostrarem um padrão de beleza que simplesmente não existe e é inalcançável. Os crescentes casos de bulimia em adolescentes nesses locais é uma justificativa para esse tipo de política. Acho que o principal é as pessoas saberem que estão vendo coisas irreais e não um padrão a ser seguido.
Como digo para meus alunos sempre faço enquetes entre minhas cliente nas redes sociais para saber se elas preferem fotos com manipulação ou ao natural. A preferência das mulheres é sempre pela manipulação. Eu justifico essas escolhas com o que chamamos de hiper realismo da fotografia. Quando levantamos de manhã e nos olhamos no espelho não prestamos atenção em todas as características de nosso rosto. Mas, quando vemos um retrato nosso feito com uma câmera com trocentos megapixels acabamos notando todos os pormenores e o resultado, normalmente, assusta.
Hoje, eu trabalho sim com a manipulação nos retratos que executo, mas de maneira racional, sem destruir textura, sem transformar a pessoas de forma drástica. Pois o interessante é que o cliente se reconheça na imagem. Então, como tudo na vida, o caminho certo a seguir é uma média entre os extremos.
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