Em 04 de março de 2003 a banda de rock americana Evanescence lançava aquele que seria o seu disco mais famoso. Estou falando do álbum Fallen. A banda surgiu em 1995 fundada pela vocalista e pianista Amy Lee e o guitarrista Ben Moody. Eles lançaram vários EPs e um CD demo até serem contratados pela gravadora Wind-up Records em janeiro de 2001. O álbum foi gravado entre agosto e dezembro de 2002 e lançado em março de 2003. O álbum rendeu quatro singles: ” Bring Me to Life “, ” Going Under “, ” My Immortal ” e ” Everybody’s Fool “. “Bring Me to Life” e “My Immortal” ficaram no top 10 de mais de 10 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Austrália. Fallen é o álbum de maior sucesso comercial da banda até hoje, vendendo 10 milhões de cópias nos Estados Unidos e mais de 17 milhões de cópias em todo o mundo, tornando-se o sexto álbum mais vendido do século XXI.
Sinceramente, o Evanescence, e esse primeiro disco, é um exemplo muito bacana de como a indústria musical faz para construir uma celebridade e, de uma hora para outra, abandona ela e parte para a próxima modinha. A banda não era ruim e praticava um rock inocente com pegada de rebeldia burguesa. A estética era gótica, mas bem infantil. As quatro músicas que foram o carro chefe do disco realmente tiveram um processo de composição muito bom, com refrões grudentos e a voz de Amy Lee nas gravações de estúdio era bem marcante. A música Bring Me to Life, a primeira a estourar na mídia, foi um dos temas sonoros do filme do Demolidor, estrelado por Ben Aflleck e Jennifer Garner, e temos que admitir sua qualidade sonora e construção certeira para o mundo da música pop. O vídeo clipe é muito bom e rodou o mundo. Junto a isso, a gravadora deve ter despejado um caminhão de dinheiro nas rádios para que a música fosse executada com frequência na programação. Receita de sucesso.
Também tivemos vídeo clipes para as músicas Going Under (a que mais gosto no disco) e para Everybody’s Foll que foram bem legais e muito bem produzidos. Aliás, parabéns para quem cuidou da campanha de marketing e produção audiovisual da banda. Tudo muito perfeito. Porém, é no vídeo clipe da música My Immortal que a coisa fica realmente fantástica. A música é a baladinha do CD e executada apenas ao piano e cantada por Amy Lee. É uma música legal, com melodia agradável, feita para cair no gosto de todos. Mas, o vídeo clipe é uma obra de arte do ponto de vista visual. Com imagens em preto e branco e uma direção de fotográfica incrível, cada cena do clipe é formada por uma linda imagem. Sempre faço esse desafio para meus alunos. Assista ao clipe (abaixo) e pause a execução em qualquer momento. Você sempre vai ter uma bela imagem. Um trabalho de fotografia que poderia ser utilizada em qualquer aula que ensine a importância da fotografia para a construção de vídeos. Lembrando que existe uma pequena diferença entre a execução da música do vídeo clipe e a que saiu no disco. As gravadoras fazem esse tipo de coisa para obrigar ao fã comprar também o single, além do disco completo.
A gravadora também utilizou uma prática muito comum com essas bandas que todos sabem que terão apenas um disco de muito sucesso. Como não havia material novo para lançar algo rapidamente e aproveitar a onda do sucesso do primeiro disco, logo depois a banda lançou um disco ao vivo. O disco possuía todas as músicas de Fallen gravadas ao vivo e vinha com um DVD como brinde contendo muitas cenas de bastidores e todos os 4 vídeo clipes que foram produzidos. Anywhere but Home foi lançado em novembro de 2004 e só no Brasil vendeu 25 mil cópias. Nos Estados Unidos as vendas do disco ficaram em 2 milhões e meio de cópias. Aqui vai a minha grande crítica à banda. Embora muitos elogiem a performance da vocalista ao vivo, eu acho que ela deixa muito a desejar. Em estúdio é tudo lindo e maravilho, mas ao vivo falta força à sua voz.
A formação da banda nesse disco é composta por Amy Lee (vocais, arranjos corais, piano, teclados), Ben Moody (guitarras, percussão tribal, programação), Francesco DiCosmo (baixo) e Josh Freese (bateria). Mesmo depois de 20 anos, o disco ainda oferece uma audição bacana e prazerosa. As quatro músicas principais ainda possuem muito poder e as outras composições também são bem interessantes. O Evanescence continua na estrada até hoje, mas ninguém pode negar que o primeiro disco foi o ápice do sucesso, mesmo que discos posteriores mantivessem a mesma qualidade das composições. Vale a pena ouvir no seu serviço de streaming favorito ou pegar o CD na estante para ter essa experiência sonora.