Eu sempre gostei do Flickr. Desde a sua criação em 2004. Foi a primeira comunidade/rede social pensada para a fotografia e que foi encarada de maneira séria. Grandes fotógrafos tiveram o serviço como o primeiro portfólio on-line. Minha conta é de 2007 e, tirano um pequeno período em que paguei pela conta PRO, eu sempre utilizei a versão gratuita do serviço. Uma das grandes vantagens do flickr, em relação a todas as outras redes sociais que envolvem fotografia, é que eles sempre permitiram fotos de nu e até de situações pornográficas. A única limitação é que você tinha que marcar as fotos em um dos níveis de ousadia (moderado ou restrito) e, para o observador visualizar essas fotos, era necessário ter uma conta no flickr e estar logado.
Agora, como nova estratégia de marketing, o flickr está colocando em grande evidência essa característica do serviço. Embora tenha sido um dos primeiros e mais respeitado serviço de compartilhamento de imagens, o flickr perdeu muito espaço entre os usuários. Quem usa o flickr hoje são alguns profissionais mantendo o portfólio, entusiastas da fotografia que gostam da maneira como as imagens são visualizadas e quem gosta de safardagem, visto as inúmeras comunidades de fotos eróticas e de nu que encontramos no serviço. Em 2018 o flickr foi adquirido pelo Smugmug que nunca soube muito bem o que fazer com ele. Mas, parece que agora um direcionamento está sendo tomado.
“A partir de agora, os fotógrafos são incentivados a descobrir, compartilhar e interagir com a fotografia sem medo de serem removidos. Fotógrafos que criam trabalhos que podem ser considerados ousados por alguns terão um lugar seguro online para interagir uns com os outros, compartilhar interesses mútuos e colocar sua arte no mundo sem medo de serem removidos ou banidos inteiramente das comunidades que eles fazem parte” diz Don MacAskill, CEO do Flickr.
Sim, isso mesmo. O flickr está chamando para suas fileiras todo fotógrafo que produz imagens de nu ou de cunho erótico e que não podem expor o seu trabalho nas outras redes sociais. O flickr vai atualizar os seus termos de serviço no segundo trimestre de 2022 para enfatizar essa mudança. Que fique claro que essa possibilidade de postar fotos de nu, desde que classificadas corretamente, sempre existiu na plataforma (um dos motivos de eu estar por lá ainda), mas agora ela faz parte da propaganda da empresa e, por conta disso, só vai estar disponível para quem tiver uma conta PRO.
A conta gratuita ainda terá a possibilidade de compartilhar 1000 imagens, mas você não poderá mais expor fotos de nu ou conteúdo erótico. Já existiram outras mudanças de termos de serviço do flickr ao longo dos anos e, se continuar da mesma forma, quem tem conta gratuita com fotos marcadas como restritas ou moderadas, as imagens vão simplesmente desaparecer da sua time line. Quem acessar o flickr hoje já vai receber a mensagem das mudanças que vão acontecer.
Infelizmente o flickr não é um serviço muito barato para ter uma conta pró. Pelo menos do ponto de vista do brasileiro. A assinatura anual sai por US$ 8,49, o que sairia na cotação de hoje em torno de R$ 43,00 por mês. É valor suficiente para manter um site próprio com suas próprias normas e sem limitações. Infelizmente, acho que minha conta vai ficar abandonada agora.
Fonte: blog do flickr