Você já ouviu falar em macrofotografia? Não é segredo para ninguém que a fotografia é uma grande fonte de relaxamento mental. Entre as categorias de fotografia mais escolhidas para quem quer dar um tempo da correria do dia a dia, uma das mais utilizadas é a fotografia de natureza. Quem não tem vontade de pegar a sua câmera fotográfica no fim de semana e fazer alguma trilha ou visitar algum parque. Alguns levam essa atividade mais a sério e passam a planejar as férias para fotografar em locais mais remotos ou pontos de turismo ambiental, como o Pantanal ou o Amazonas. Mas, existem pessoas que não possuem a possibilidade de viajar ou que moram em locais urbanos com pouco acesso à natureza. É para essas pessoas que indico a macrofotografia.
Fotografar bem de perto insetos ou plantas é uma definição bem interessante para o que chamo de macrofotografia. Mas, primeiro vamos definir uma coisa aqui. Cada lente fotográfica possui o que chamamos de distância mínima de foco. Isso quer dizer que cada lente possui uma distância mínima em que ela tem que estar do objeto que será fotografado para ela conseguir realizar o foco. Essa informação está escrita no corpo da lente. Por exemplo, o último modelo de lente EF 50mm f/1,8 da Canon tem uma distância mínima de foco de 35cm. Então esse é o máximo de distância que consigo me aproximar de um objeto para fotografar com essa lente. Cada lente possui a sua própria distância mínima de foco. O que diferencia uma lente macro de uma lente normal é que a distância mínima de foco dela é muito pequena. Então, uma lente macro não amplia o objeto a ser fotografado. Ela só consegue chegar mais perto dele.
Dito isso, a macrofotografia pode ser utilizada para fotografar a natureza mesmo sem sair de sua casa. Você pode fotografar as plantas que se encontram em seu pequeno jardim, ou plantas em vasos no quintal. Ajuda muito você ter plantas que atraiam insetos ou que produzam pequenas flores. Então, o seu pequeno jardim, vai ser a sua natureza e render fotos como essas que se encontram nesse texto e que foram inteiramente feitas em locais pequenos e longe de parques ou florestas. Mas, como posso começar com esse tipo de fotografia e quais equipamentos preciso?
Bem, hoje você pode fotografar com uma câmera ou com o seu celular. Sim, celulares mais recentes, e não necessariamente os mais caros, estão equipados com modos nativos de fotografia macro. É só procurar nos menus dos celulares e acionar a opção macro do seu celular. Tem muita coisa bacana nas redes sociais de fotografia macro feitas com smartphones. Então é possível começar com um equipamento que você já tem em seu bolso.
A outra opção é ter uma câmera e, de forma mais prática, ter uma lente macro. Existem lentes macro com diversas distâncias focais no mercado, tanto para câmeras reflex como para câmeras mirrorless, e elas são classificadas por graduações. Para ser considerada macro ela precisa gerar uma imagem com proporção de 1:1 pelo menos. Isso quer dizer que 1 cm do objeto fotografado vai ser registrado em 1cm do sensor da câmera. Existem lentes com proporção maiores e muito mais específicas, mas são mais difíceis de achar e são muito mais caras. Embora as lentes macro sejam as mais práticas para fazer esse tipo de fotografia, elas também serão as opções mais caras. Se você não tem grana para investir em uma lente macro, então é possível ter um filtro close-up ou um tubo extensor.
Os filtros close-up são, como o nome diz, pequenas lentes que colocamos na frente de lentes normais. Você pode encontrar esses filtros de diferentes tamanhos e diferentes níveis de poder de aproximação. Então você consegue encontrar esses filtros para qualquer tipo de lente que você possua e pode até acoplar vários deles na mesma lente para aumentar ainda mais o poder de aproximação da lente. Esses filtros são relativamente baratos, porém o processo de foco fica bem mais complicado, o que exige um pouco mais de paciência do fotógrafo.
Os tubos de extensão são artefatos que acoplamos entre o corpo da câmera e a lente. Essa mudança de distância entre o sensor e a lente também muda a distância mínima de foco, o que permite que você consiga se aproximar ainda mais do objeto fotografado. Assim como nos filtros close-up, também é possível acoplar mais de um tubo de extensão na mesma câmera, o que vai diminuindo ainda mais a distância mínima de foco da lente. Existem tubos mais baratos, sem nenhum controle automático, mas não há controle do foco automático e nem da abertura de diafragma da lente. E existem tubos mais caros, mas com conectores eletrônicos onde você mantem o foco automático da lente e controle do diafragma. Embora sejam uma opção mais eficiente do que os filtros close-up, os tubos são mais caros e existe o fator de a lente perder muita luz, fazendo a foto ficar mais escura.
E por fim temos a gambiarra. Você pode fazer uma fotografia macro com uma lente invertida. Existem anéis inversores que tornam possível acoplar uma lente de forma invertida na câmera. Essa lente invertida vai propiciar uma distância mínima de foco muito pequena. É a opção mais barata, porém é a de controle mais difícil. Não há controle de abertura de diafragma e nem controle de foco. Mas, com prática, é possível fazer ótimas fotos.
Infelizmente, existem grandes mitos em relação à macrofotografia e todos acham que é só comprar uma lente e sair fotografando que vai ficar igual ao que vemos nos sites ou redes sociais de fotógrafos.
Abaixo uma pequena amostra de fotos que realizo aqui no jardim de casa e no jardim do local onde eu trabalho.