O Metallica é uma banda bem interessante do cenário do Heavy Metal mundial. É amada por muitos e odiada por outro tanto. O grupo surgiu na década de 80 e os 3 primeiros álbuns de sua carreira são clássicos absolutos da música pesada e, com certeza, estão na coleção de qualquer fã de música. Depois disso a banda dividiu opiniões com o disco …and justice for all (1988) e se transformou em uma megabanda platinada com o disco conhecido como Black Album (1991). A banda estourou, vendeu milhões de cópias e as músicas do disco que viraram clipes tocaram incansavelmente nas TVs do mundo inteiro. E foi aqui que a coisa degringolou, na opinião da maior parte dos fãs. O Black Album foi considerado muito pop pelos fãs mais radicais e os membros do grupo passaram a serem chamados de traidores. Eu, particularmente, gosto muito do disco. Sim, ele tem uma pegada Pop em algumas músicas, mas o fato de ser mais pop não quer dizer que seja ruim.
Acho que o principal problema com o Metallica é que eles meio que se perderam depois desse disco. Provavelmente o sucesso afetou um pouco o direcionamento da banda e vários discos questionáveis foram lançados depois disso. Acho que a prova mais cabal de que esse pensamento é correto é o fato da banda estar em uma eterna turnê tocando apenas os clássicos do início de carreira. Mas, nem tudo está perdido. Gostei muito do último disco que foi lançado, o Hardwired… to Self-Destruct de 2016. Um disco rápido, pesado e que lembra muito os primórdios da banda.
Agora, surpreendendo muita gente, a banda anunciou um novo disco. Ele se chama 72 Seasons e vai ser lançado oficialmente no dia 14 de abril de 2023. Já foram mostrados a capa do disco, que muita gente não gostou, e eu achei bem interessante, e também o nome das 12 músicas que vão fazer parte da obra. Uma música, Lux Æterna, já foi lançada como o primeiro single e videoclipe do disco.
Música rápida e com uma cara bem moderna. Sinto uma vontade de continuar com o pé no passado, mas a roupagem moderna é mais evidente. Não é mais thrash metal, mas é pesada e animada. Infelizmente continuo não ouvindo o contrabaixo de Robert Trujillo (o que é uma característica de vários estilos dentro do heavy metal) e na minha opinião a bateria de Lars Ulrich está com uma equalização muito ardida, embora eu tenha gostado muito do pedal duplo. James Hetfield e Kirk Hammett continuam mandando muito bem nas guitarras, embora o solo pudesse ser um pouco menos agudo.
O lado interessante desse disco é que os integrantes da banda conseguiram manter segredo sobre a sua gravação e ficaram muito felizes em fazer um anúncio sem ninguém ter ideia do que estava acontecendo. Agora é esperar até abriu para ouvir o disco inteiro.