O filme fotográfico de rolo é uma invenção bem antiga. Ele foi inventado por George Eastman em 1889 em sua recém criada empresa chamada Kodak. Ao longo das décadas passou por vários aprimoramentos, começou a registrar cores, ganhou vários formatos diferentes e dominou o mercado fotográfico até o surgimento da fotografia digital. Nos últimos 20 anos a maior parte dos filmes fotográficos desapareceu, mas algumas empresas ainda mantém uma pequena produção para suprir saudosistas, artistas visuais e pessoas que querem ter a experiência de fotografar com filme fotográfico pela primeira vez. Hoje, tanto os filmes fotográficos quanto o processo de revelação estão bem mais caros, por conta da pequena procura, mas ainda existem. Para termos uma ideia, Canon e Nikon não produzem uma câmera de filme há muito tempo. A última câmera lançada pela Canon foi a Sure Shot 130u II em 2005, e a Nikon foi a F6 em 2004. Mas, parece que as coisas podem mudar e regredir um pouco no passado.
A Pentax, em 2022, já tinha anunciado um plano de lançar uma nova câmera fotográfica que utilizasse o bom e velho filme fotográfico. A empreitada não foi fácil. O primeiro desafio foi encontrar pessoas que soubessem desenvolver produtos para uma tecnologia que não era mais utilizada. A solução foi procurar engenheiros já aposentados. O segundo desafio foi recriar uma indústria inteira para produção de peças que não eram mais produzidas para uma câmera fotográfica. Mas, com muito investimento e perseverança, a empresa coloca agora no mercado a Pentax 17, uma câmera de filme com meio quadro que é voltada para o público que quer ter a experiência de fotografar com uma câmera de filme, mas não quer se preocupar com todas as possíveis regulagens que esse equipamento poderia exigir.
A câmera é bonita. Tem aquele design retrô de equipamentos mais antigos, da década de 60 e 70, mas é recheada de tecnologia. Assim como as câmeras Olympus Pen, a Pentax 17 trabalha com apenas a metade do quadro de um filme de 35mm. Ou seja, em um filme tradicional de 36 poses a câmera consegue registrar 72 fotos. Bem interessante já que uma das limitações do filme fotográfico é a baixa quantidade de quadros disponíveis. A câmera está equipada com uma lente de 25mm com abertura máxima de diafragma em f/3,5. Assim como antigas câmeras compactas, você não vê através da lente e sim através de uma outra abertura que serve como mira para você ver o tipo de enquadramento que lente está executando. O foco automático trabalha com um sistema de zonas que é dividido em 6 zonas diferentes e pode ser escolhido pelo usuário em um anel existente na lente. A distância mínima de foco é de 25cm.
Porém, a parte mais interessante, é que o equipamento se destaca por ser quase todo automático. Existem algumas possibilidades de intervenção na operação da câmeras, mas mesmo que isso seja para facilitar a sua operação, é necessário entender o que se está fazendo para ter bons resultados. O usuário pode escolher o ISO do filme em um anel seletor e também trabalhar com compensações de exposição. A câmera possuí vários modos de exposição automática como a foto noturna ou a sincronização em baixa velocidade. Tanto para avançar, quanto para rebobinar o filme fotográfico é necessário utilizar alavancas manuais.
Uma câmera linda, bom atrativos interessantes, voltada para quem quer experimentar essa tecnologia antiga em um equipamento pequeno, leve e fácil de utilizar. Porém, com um preço bem salgado. A Pentax 17 já está disponível ao público por um valor de US$ 499,95.
Sinceramente? Nostálgico, mas estranho. Se existe uma coisa que não sinto falta no mundo da fotografia é de utilizar filme fotográfico. A qualidade do digital já ultrapassou a qualidade do filme, não temos o perrengue de ficar preso a uma única sensibilidade ISO, ter que revelar tudo depois, ter poucos quadros para fotografar e, acima de tudo, não saber se as fotos que estamos fazendo estão ficando boas ou se existe algum problema na iluminação. Sem falar em todos os problema ambientais decorridos dos produtos químicos utilizados para a revelação dos filmes. Ou seja, o digital só trouxe vantagens. Sei que a nostalgia é um sentimento forte e muita gente vive com saudade do passado. Mas, se você não é uma dessas pessoas saudosistas então você vai ter tanta vontade de ter uma câmera dessas quanto eu. Se torna apenas uma curiosidade.
Fonte: Petapixel.