Você sabe o que quer dizer a palavra Strobist? Na realidade ela não quer dizer muita coisa. É o nome de um blog que se tornou muito famoso por mostrar produções e fotos feitas com iluminação do flash dedicado estando ele fora da câmera. Como o blog fez muito sucesso, convencionou-se chamar a técnica de utilizar o flash fora da câmera como Strobist. Na realidade uma coisa bem simples e que, os velhos vão lembrar disso, já utilizávamos a técnica bem antes da fotografia digital. Mas, tudo foi potencializado com o desenvolvimento da tecnologia e a possibilidade de utilizar disparos em TTL de forma fácil e prática, além dos diversos acessórios disponíveis.
O Strobist nos dias de hoje se tornou popular pelo fato de fugir do comum e entregar um produto diferenciado, com impacto visual e capacidade de fazer coisas incríveis, desde que você tenha criatividade e um controle absoluto de sua fonte de luz. Ou seja, tem que estudar bastante. Fotografar com o flash na sapata da câmera é muito fácil, mas sair da zona de conforto e utilizar a criatividade é muito mais difícil. Não existe uma receita mágica para brincar com essa técnica, você precisa ir experimentando até encontrar a sua linguagem.
A primeira vez que tentei utilizar a técnica foi sob influencia do magnifico trabalho do fotógrafo de casamento Adriano Gonçalves. Embora ele trabalhe com iluminação de estúdio em fotos externas, o conceito é o mesmo. Utilizar a luz do flash não só para iluminar a cena, mas criar um clima diferenciado, controlar absurdamente o contraste da cena e entregar imagens quase cinematográficas para seus clientes. Para esse resultado é necessário, além de saber como utilizar a técnica de iluminação, também conhecer muito bem o processo de fotometria. Claro que a minha primeira tentativa levou a resultados horríveis, mas hoje consigo dominar a contento a técnica.
E onde eu posso utilizar o Strobist? Em praticamente qualquer área da fotografia. Eu trabalho muito com ensaios externos, fotografia de gastronomia, eventos sociais (casamento, debutante, aniversário) e até em estúdio fotográfico. Conheço alguns fotógrafos que trocaram totalmente o uso de tochas de estúdio por flash dedicado, por serem compactos e não terem a necessidade de cabos de alimentação.
Existem quatro maneiras de se trabalhar com Strobist atualmente. Todas possuem vantagens e desvantagens. Vejam abaixo.
1) Fotocélula – É o jeito mais antigo e já utilizado por muitos fotógrafos antes da primeira câmera digital aparecer. Uma pequena fotocélula é colocada em seu flash e o mesmo dispara quando uma outra fonte de luz incidir sobre ele. A vantagem é que o acessório é relativamente barato, mas você tem que trabalhar com o seu flash em disparo manual. Outra desvantagem é que você precisa de uma primeira fonte de luz para disparar a segunda. Por fim, dependendo da distância e da iluminação do local. a fotocélula não vai disparar. Mas, já é uma possibilidade de diferenciação. Alguns flashes dedicados atualmente (principalmente modelos da fabricante chinesa Yongnuo) possuem uma fotocélula interna, dispensando a compra do acessório.
2) Disparo Através do Sistema Master/Slave – Os principais fabricantes de flash possuem em sua linha o sistema Master/Slave onde um flash pode disparar o outro a distância. Esse é um sistema mais confortável, pois você pode trabalhar em TTL ou manual, escolher as potências das fontes de luz e até escolher quando cada uma vai disparar. Geralmente o sistema permite controlar mais de um flash na função escravo. A desvantagem é que o equipamento é caro e dependendo do lugar em que você se encontra o flash escravo pode não disparar, pois é necessário que não haja obstáculos entre eles. Também existe uma grande desvantagem no sistema se você está fotografando durante do dia, pois o flash escravo deve receber a luz do flash mestre para disparar e, em situações com muita luz natural, o sistema pode falhar. E por fim, os flashes que possuem a função Master (que controlam os outros) são os equipamentos profissionais topo de linha das empresas, o que deixa o sistema ainda mais caro.
3) Rádio Flash – essa é a maneira mais segura e confortável de fazer um Strobist. O Rádio emissor fica acoplado na sapata Hotshoe da câmera e o receptor fica no Flash. Geralmente a distância de uso fica em 20 metros (depende do modelo) e mesmo com obstáculos o sistema funciona perfeitamente (bem, não adianta querer disparar o flash através de uma parede de 30cm de concreto). Hoje existem equipamentos extremamente baratos e seguros, principalmente os chineses (yongnuo, estou olhando para você). Existem modelos com disparo apenas no modo manual (mais baratos) e modelos com disparo em TTL e com suporte para HSS. Um pequeno investimento que pode trazer muitas vantagens para sua foto.
4) Disparo pela Câmera – Os modelos atuais de câmeras podem fazer o disparo de um flash externo através de seu pequeno flash pop up. O disparo funciona da mesma forma que o sistema master/slave, sendo que o master é o pequeno flash de sua câmera. Ele possui as mesmas desvantagens do sistema master/slave, mas elimina a necessidade de comprar dois flashes e o preço do sistema vai ser mais camarada, já que qualquer flash possui o sistema slave.
Acessórios
Hoje existe uma infinidade de acessórios para esse tipo de técnica. Existem tripés leves, suporte para flash (indico fortemente o suporte Godox S-type), assim como sombrinhas, softbox, beauty dish, colmeias, refletores e praticamente qualquer acessório de estúdio. Vale a pena dar uma conferida nas coisas que estão disponíveis.
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Gilson Lorenti é fotógrafo e professor de fotografia morando na cidade de Presidente Prudente no interior de São Paulo. Especialista em retrato, ensaio fotográfico sensual e uso do flash. Você pode contratar um curso de fotografia presencial ou via skype pelo e-mail: gilsonlorenti@gmail.com. Leve um curso de fotografia para sua cidade e tenha descontos.